sexta-feira, 31 de maio de 2013

Experiência: caminhada, dieta...


Oi, pessoal! Já tem algumas semanas que não posto nada aqui no blog, é pura preguiça mesmo. Até aparecem alguns temas, mas o meu sedentarismo me consome! kkkkkk
Na verdade tenho saído do sedentarismo, podem acreditar. Durante as últimas semanas tenho feito um percurso até a minha casa a pé - por opção - para mudar a rotina e me sentir mais ativa. Espero que com o passar dos dias eu tome outras atitudes saudáveis, né mesmo?!
Aqui é tão quente que fico com preguiça de caminhar! Falta-me um incentivo maior, daqueles que buscamos dentro de nós. As amigas até tentam me arrancar de casa, mas resisto. 
Sou dessas que sempre prometem começar na segunda e a segunda se prolonga para semana seguinte. Do tipo: se tudo der certo! rsrsrs
Engraçado que no primeiro dia que resolvi mudar minhas atitudes, cheguei em casa um trapo, cansada por demais. Tomei um banho e relaxei. Mas amanheci com os músculos doloridos. Isso é normal, pois com atividade o músculo se inflama para se desenvolver. Também queima um pouco do adiposo, este muito presente na minha estrutura. Nem tanto assim, vai! rsrsrs
Então, que tal você também começar a sair do habitual? Não sei se é fogo de palha, mas até gostei da tentativa, mudou o ânimo. Quero dar passinhos, lentos e contínuos, para quem sabe encontrar a minha melhor forma física. 
Em relação à dieta, procuro sempre comer frutas e verduras, mas adoro mesmo comer bobagens. Rárárá...
De uns tempos para cá, diminui o refrigerante, além de tomar o que tem a versão ZERO açúcar. Provavelmente, não eliminarei por completo, mas a diminuição já é uma mudança plausível. 
Entra nessa comigo! E conte-nos os seus avanços. Abraços.

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Forró: Lembranças e decadência.








Outro dia lembrei-me de algumas músicas que ouvia com a minha irmã e primas. Imediatamente, peguei o telefone e tentei ligar para minha prima. Sem sucesso! Resolvi então tentar com a minha irmã. Esta atendeu e nos divertimos à beça com o gênero forró. Numa época em que ainda viamos letras que falavam de amor, felicidade, amizade, desencontros ... sentimentos que representam coisas sublimes do ser humano e não sua depreciação. Não lembrava mais de nenhuma, ela foi sugerindo e eu procurava na internet. 

Gosto muito de músicas internacionais e durante muito tempo só ouvia Roxette, Guns, etc... Boas foram as recordações daquela época que nos reuniamos para ouvir e cantar a letra. 

Em relação ao forró, lembrei das palhoças da minha cidade, onde tocava principalmente: o pé de serra. Gostava muito de ouvir a sanfona e o triângulo fazerem o seu barulho melódico. No entanto, falamos mesmo do forró estilizado. 
Vale conferir algumas que eu recordei e gostava muito: flertes (Banda Stylus), lindos momentos (Banda Noda de Caju), amiga (Banda Magníficos) inúmeras de Mastruz com Leite, Cavalo de pau, Catuaba com Amendoim, Capital do sol, Calcinha Preta... Naquela época também havia músicas com duplo sentido, mas eram mais raras. 
Hoje, as letras de músicas no geral depreciam a mulher, parece até uma pesquisa que fiz sobre as letras do funk. Nela foi constatado que a mulher era tida como ser inferior e objeto sexual. 
É interessante retratar a sensualidade da mulher, mas vulgarizar é outra história.
Falando nesse assunto, encontrei no blog do Roberto Brito um texto retirado do facebook que vem de encontro ao que escrevo nesse momento: as músicas de forró.

Por Ariano Suassuna 





‘Tem rapariga aí? Se tem, levante a mão!’. A maioria, as moças, levanta a mão. Diante de uma plateia de milhares de p...essoas, quase todas muito jovens, pelo menos um terço de adolescentes, o vocalista da banda que se diz de forró utiliza uma de suas palavras prediletas (dele só não, e todas bandas do gênero). As outras são ‘gaia’, ‘cabaré’, e bebida em geral, com ênfase na cachaça. Esta cena aconteceu no ano passado, numa das cidades de destaque do agreste (mas se repete em qualquer uma onde estas bandas se apresentam). Nos anos 70, e provavelmente ainda nos anos 80, o vocalista teria dificuldades em deixar a cidade.


Pra uma matéria que escrevi no São João passado baixei algumas músicas bem representativas destas bandas. Não vou nem citar letras, porque este jornal é visto por leitores virtuais de família. Mas me arrisco a dizer alguns títulos, vamos lá: Calcinha no chão (Caviar com Rapadura), Zé Priquito (Duquinha), Fiel à putaria (Felipão Forró Moral), Chefe do puteiro (Aviões do forró), Mulher roleira (Saia Rodada), Mulher roleira a resposta (Forró Real), Chico Rola (Bonde do Forró), Banho de língua (Solteirões do Forró), Vou dá-lhe de cano de ferro (Forró Chacal), Dinheiro na mão, calcinha no chão (Saia Rodada), Sou viciado em putaria (Ferro na Boneca), Abre as pernas e dê uma sentadinha (Gaviões do forró), Tapa na cara, puxão no cabelo (Swing do forró). Esta é uma pequeníssima lista do repertório das bandas.


Porém o culpado desta ‘desculhambação’ não é culpa exatamente das bandas, ou dos empresários que as financiam, já que na grande parte delas, cantores, músicos e bailarinos são meros empregados do cara que investe no grupo. O buraco é mais embaixo. E aí faço um paralelo com o turbo folk, um subgênero musical que surgiu na antiga Iugoslávia, quando o país estava esfacelando- se. Dilacerado por guerras étnicas, em pleno governo do tresloucado Slobodan Milosevic surgiu o turbo folk, mistura de pop, com música regional sérvia e oriental. As estrelas da turbo folk vestiam-se como se vestem as vocalistas das bandas de ‘forró’, parafraseando Luiz Gonzaga, as blusas terminavam muito cedo, as saias e shortes começavam muito tarde. Numa entrevista ao jornal inglês The Guardian, o diretor do Centro de Estudos alternativos de Belgrado. Milan Nikolic, afirmou, em 2003, que o regime Milosevic incentivou uma música que destruiu o bom-gosto e relevou o primitivismo est tico. Pior, o glamour, a facilidade estética, pegou em cheio uma juventude que perdeu a crença nos políticos, nos valores morais de uma sociedade dominada pela máfia, que, por sua vez, dominava o governo.


Aqui o que se autodenomina ‘forró estilizado’ continua de vento em popa. Tomou o lugar do forró autêntico nos principais arraiais juninos do Nordeste. Sem falso moralismo, nem elitismo, um fenômeno lamentável, e merecedor de maior atenção. Quando um vocalista de uma banda de música popular, em plena praça pública, de uma grande cidade, com presença de autoridades competentes (e suas respectivas patroas) pergunta se tem ‘rapariga na plateia’, alguma coisa está fora de ordem. Quando canta uma canção (canção?!!!) que tem como tema uma transa de uma moça com dois rapazes (ao mesmo tempo), e o refrão é ‘É vou dá-lhe de cano de ferro/e toma cano de ferro!’, alguma coisa está muito doente. Sem esquecer que uma juventude cuja cabeça é feita por tal tipo de música é a que vai tomar as rédeas do poder daqui a alguns poucos anos.




Fonte:

http://tecendodiscurso.blogspot.com.br/ 
http://robertobritocultura.blogspot.com.br/