Como assim comer placenta?
Hoje me deparei com a informação de que algumas pessoas estão consumindo sua própria placenta após o parto. Essa prática chamou-me atenção, pois acho uma coisa muito primitiva e animalesca. Alguns animais o fazem, mas para o ser humano é um tanto ridículo, principalmente nos tempos atuais. Que diferença tem comer-se placenta cozida a comer cadáver humano? É insanidade pura! Só de ouvir falar já me causa arrepios de nojo.
Pior que essa prática está se espalhando entre famosas. Como a atriz de Mad Men, que tomou pírulas de placenta.
Veja a reportagem completa:
Os atores, normalmente, chamam a atenção por suas excentricidades. Ao
final do mês de março deste ano, a atriz norte-americana January Jones
afirmou em entrevista à revista People que havia recolhido a placenta
após o nascimento do filho para transformá-la em vitaminas. "Tenho uma
ótima doula [acompanhante de parto], que se encarrega de me fazer comer
direito e de tomar vitaminas e chás, além das cápsulas de placenta. Eu
recomendo que todas as mães o façam", disse à revista.
Apesar de Jones ingerir a placenta em cápsulas, há mulheres que optam
por outras formas de ingestão (placenta cozida, por exemplo). Por mais
estranho e repugnante que possa parecer, comer a placenta é um hábito
comum no reino animal e vem ganhando adeptos humanos. Grande parte dos
mamíferos, com exceção dos aquáticos, o fazem logo após o parto. Ao
notar esse fato, pesquisadores da Universidade de Buffalo, nos Estados
Unidos, decidiram analisar quais as vantagens da placentofagia.
Com base no comportamento dos mamíferos não-humanos, o estudo obteve
resultados interessantes: "Descobrimos que há benefícios para a saúde
dos animais, como o alívio da dor e a melhora do comportamento materno
após o parto", disse o neurocientista e responsável pela pesquisa Mark
Kristal.
Segundo a pesquisa,
para os animais, a placentofagia não tem ligação com a racionalidade. É
parte do instinto animal. "A placenta e o fluído amniótico tornam-se
muito atraentes para a fêmea por consequência de mudanças internas que
ocorrem durante o final da gestação", explica Kristal. Logo após o
nascimento do filhote, a mãe come todo o material embrionário como uma
forma de repor os nutrientes e também com a intenção de prevenir-se do
ataque de possíveis predadores -por conta dos odores que podem denunciar
a existência de filhotes, que são presas fáceis.
Modo de preparo
A pesquisa de Mark Kristal e sua equipe aponta que a placenta
animal possui altos níveis de ferro, vitaminas e alguns tipos de
hormônio. No entanto, nada disso ainda foi comprovado entre humanos. Com
o aumento do interesse pelo consumo da placenta por parte de algumas
mães, uma reportagem da "New York Magazine" acompanhou a história de uma mulher que preparou uma receita com a placenta.
Não faz sentido, porém, preparar uma receita com uma placenta.
Quem acredita que há algum benefício deveria saber que o cozimento
interfere na composição do material.
“Processos de preparação podem destruir ou eliminar certos tipos
de moléculas. Placenta crua é, portanto, muito diferente da placenta
cozida, encapsulada ou de qualquer forma tratada”, explica.
Segundo Kristal, as histórias de placentofagia parecem indicar
que a ingestão da placenta funciona independentemente de como é
preparada: “Mas é fisiológica e farmacologicamente improvável que isso
seja verdade”.
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Um risco possível
Mesmo com a declaração da atriz January Jones sobre uma possível
melhora de seu organismo, o pesquisador Mark Kristal diz não conhecer
vantagens cientificamente comprovadas da placentofagia entre os humanos.
"Com base na ciência, não vejo a necessidade de humanos comerem
placenta."
Eduardo Motta, ginecologista do Hospital Albert Einstein e diretor da
Clínica Huntington, também divide a mesma opinião da pesquisa. Por mais
que os animais tenham essa atitude, isso não significa que as pessoas
precisam imitar. “Eles fazem várias coisas: rejeitam cria, comem
fezes... Isso não quer dizer que devemos fazer igual".
Para Motta e Kristal, a ingestão da placenta pode trazer riscos. Por se
tratar de um material biológico, há grandes chances de haver
contaminação por bactérias, vírus ou até algum produto químico que tenha
entrado em contato com a placenta durante o parto. Há ainda que se
considerar fatores imunológicos da própria mãe. "Existe um risco
biológico que a gente desconhece. A princípio, não recomendo para
ninguém a ingestão desse material", diz o ginecologista.
Ato simbólico
"Hippies, naturalistas e defensores da nova era parecem fazer a
associação: ‘os animais o fazem, somos animais, vamos fazê-lo'", diz o
pesquisador. Para esse crescente número de adeptos, a placentofagia é
capaz de aliviar a depressão pós-parto, ajudar na lactação e repor os
nutrientes perdidos durante a gravidez.
Independentemente da falta de informações científicas sobre benefícios
da placenta humana, tanto Motta quanto Kristal acreditam que a ingestão
seja uma espécie de crença. “Eu já vi gente comer a placenta, mas as
histórias eram mais por conta do simbolismo do ato", conta o
ginecologista.
http://noticias.bol.uol.com.br/entretenimento/2012/04/05/como-a-atriz-de-mad-men-muitas-mulheres-comem-a-propria-placenta.jhtm
Comento: Essas ideologias estão mesmo pelo avesso. Há ainda aquelas pessoas que tomam sua própria urina e dizem que isso faz bem à saúde. Pode uma coisa dessa? Isso é um retrocesso sem par.