Veja bem, quando cursava a faculdade ficou bem claro para mim os conceitos sobre preconceito linguístico, mas em nenhum momento os professores me orientaram a aceitar como apropriado no ambiente escolar falar de forma coloquial. Até porque temos uma norma-padrão. E na escola se aprende a usá-la. Claro que devemos respeitar o aluno que ainda não a domina. Mas deixar como opcional é absurdo.
O aluno tem de saber que a modalidade que ele já conhece deve ser aprimorada, ao passo que vai aumentado seu nível instrucional, absorve os mecanismos da forma vigente. Isso se dá na linguagem oral e/ou escrita. Vale ressaltar que ele deve estar apto ao fim do seu percurso escolar a se expressar em diversos contextos sociais, onde dependendo do ambiente deve adequar o seu discurso em: mais formal e menos formal. REPITO: Tanto na fala quanto na escrita. Existem gêneros em que ele pode se expressar de modo mais livre: uma carta aos familiares, mas numa carta comercial... não! Já pensou em um juiz ou um advogado usando a linguagem informal num julgamento? Seria estranho, né! Mas fique atento, só porque sabemos usar a norma padrão não vamos sair corrigindo todo mundo. Até porque muitos não tiveram a oportunidade de estudar como nós, não é mesmo! É até feio quando uma pessoa que se acha sabichão corta a fala de outra, só porque detectou alguma inapropriação. E não contentes, sempre ficam de antenas ligadas a procura de outros erros. E logo, quem foi corrigido fica constrangido e com raiva da pessoa que o esnobou.
Voltemos ao MEC mais uma vez (rotina por aqui), o livro: Viver, Aprender, adotado para o ensino fundamental, ensina o aluno a usar a forma coloquial da linguagem, sem intervenção do professor. Leia o texto abaixo.
Do site IG:
Livro didático de língua portuguesa adotado pelo MEC (Ministério da Educação) ensina aluno do ensino fundamental a usar a “norma popular da língua portuguesa”.
O volume Por uma vida melhor, da coleção Viver, aprender, mostra ao aluno que não há necessidade de se seguir a norma culta para a regra da concordância. Os autores usam a frase “os livro ilustrado mais interessante estão emprestado” para exemplificar que, na variedade popular, só “o fato de haver a palavra os (plural) já indica que se trata de mais de um livro”. Em um outro exemplo, os autores mostram que não há nenhum problema em se falar “nós pega o peixe” ou “os menino pega o peixe”.
Ao defender o uso da língua popular, os autores afirmam que as regras da norma culta não levam em consideração a chamada língua viva. E destacam em um dos trechos do livro: “Muita gente diz o que se deve e o que não se deve falar e escrever, tomando as regras estabelecidas para norma culta como padrão de correção de todas as formas lingüísticas”.
E mais: segundo os autores, o estudante pode correr o risco “de ser vítima de preconceito linguístico” caso não use a norma culta. O livro da editora Global foi aprovado pelo MEC por meio do Programa Nacional do Livro Didático.
Como na música abaixo devem se perguntar:
Eu tô aqui Pra quê?
Será que é pra aprender?
Obs.: Não cheguei a folhear o livro, mas se o que consta é da forma como foi noticiada, é uma vergonha. Mas do jeito que anda as coisas dou como verdades as informações do IG.
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