As questões levantadas em torno do livro de Português: Viver, Aprender. Por uma vida melhor, nos faz refletir sobre o papel da escola e dos professores de língua. Que importância teria aprender a norma culta?
Por incrível que pareça, os pais e alunos sabem que todos tem de aprender a modalidade padrão para que possa ascender socialmente. A gramática para quem faz o sinal da cruz só em ouvir falar, é uma espécie de freio que garante a unidade linguística de qualquer idioma. Toda língua precisa de uma. A variante não-padrão a utiliza mesmo sem ter noção de sua sistematização. Mas não basta, a norma é o aperfeiçoamento. Já pensou na dificuldade de um estrangeiro aprender nosso idioma se não fossem as regras? Ela, nesse quesito, seria o elo da comunicação, não? Ou eles entenderiam a diversidade de variantes que temos? Qualquer palavra que se usa é escolha do falante na hora do diálogo, existe uma infinidade já normatizada e outras em processo de evolução. Vocês devem se perguntar, mas a língua pode evoluir e aceitar variantes? Sim, porque a língua evolui. Mas não tão rapidamente como querem as teorias da sociolinguística de Marcos Bagno. Já pensou se todo mundo resolvesse em qualquer contexto utilizar a variante que lhe convier, passaríamos a não mais nos comunicarmos. Pois em cada canto do Brasil existe seus regionalismos que não são reconhecidos e/ou entendidos em outras partes. Se ao invés de falar e/ou escrever a palavra mulher, alguém preferisse usar mulé ou muié. Deveríamos aceitar no texto escrito? Fala-se muito do preconceito linguístico, mas não estaria surgindo uma nova modalidade de preconceito? Desta vez com aqueles que conseguem absorver as normas gramaticais. O que todos devem perceber é que existe uma norma oficial, as outras são variantes. E na escola, a escolha é a norma padrão. Outros contextos sociais também a exigirão. Acha mesmo que no vestibular vão deixar você escrever como você fala ( caso das variantes)? O próprio Ministério da Educação irá cobrar a norma-padrão da língua e quem não a dominar irá ficar à margem e não passará nos exames. Mas a escolha também é sua! Pense nisso!
Querem que as nossas crianças continuem a aprender um português medíocre, pois o próprio discurso do preconceito traz em si a ideia de que as crianças vindas das camadas menos prestigiadas da sociedade não conseguem aprender o Português padrão. Uma mentira sinistra. Tome-se como exemplo o quadro "Soletrando", do Luciano Huck. As crianças dão shows de ortografia e gramática, não é! Provando que todos podem e devem aprender na escola as regras de ortografia e sintaxe. É crime tirar esse direito das pessoas.
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