sábado, 10 de dezembro de 2011

Professor não tem de proteger alunos.




Nas visitas diárias que faço aos blogues, deparo-me com textos muito interessantes, dos quais busco refletir inclusive sobre o meu fazer pedagógico. Um deles é o blog do meu amigo Fernando, que trouxe à tona um assunto muito relevante sobre o professor: se tem ou não que amar a profissão. Eis o texto logo abaixo:

Professor não tem que amar o que faz!

Encontrei um texto no Blog de prof-edigleyalexandre, segue abaixo:
"Pois bem. O professor, assim como o coordenador, o diretor, o bedel, o zelador, a secretária, enfim, todo esse povo dentro da escola, não tem que estar feliz. Não tem que amar o que faz ali. Tem que estar focado, profissional, sério, motivado e trabalhando. Felicidade, amor, alegria, diversão, é depois da aula, é no fim de semana, é na praia, no bar, no motel, na casa da vó, sei lá. Por isso tem que ganhar bem, para poder ser feliz com o que realmente importa, e não pela satisfação de educar o filho dos outros. [Maura Dias, professora de Matemática e Especialista em Educação Matemática."
Passeando pela web encontrei um site que contém um texto que me chamou muita a atenção. A citação acima já justifica o que escrevo. Na verdade não é apenas um texto, são três textos divididos em dois artigos sequenciais que culmina nesse que despertou maior atenção.

1- Professor não fica desempregado.
2- Professor não fica rico.
3- A mentira final - Professor é feliz.
Concordo com algumas coisas citadas nos seus textos, outras não. A frase que leva o título desse post sintetiza bem. Particularmente não acredito que alguém exerça uma profissão sem gostar, sem ter paixão, sem amor pelo que faz.

Mas não se engane e interprete erroneamente a forma com que a autora escreve. As vezes ler, sentir, ouvir sinceridades tão gritantes como essas ajudam-nos a despertar e olhar em nossa volta de outra forma.

Nos comentários postei o seguinte:

Eu não morro de amores pela profissão, mas tento fazer o melhor que posso, como profissional da área. Mas se tiver a chance de mudar de área, farei sem pestanejar. Pois, a missão é árdua e desprestigiada. E não acho que um profissional seria melhor se ganhasse mais, a coisa vai além disso. A educação está longe de seguir o rumo desejado, antes, será preciso chamar a responsabilidade dos pais pela educação dos filhos e não apenas empurrar nas costas dos professores, que estão na escola para desenvolver principalmente o intelecto deles, não os princípios de civilidade. Estes apenas são aprimorados no âmbito da escola, pois lá se pratica o que aprendemos em casa com nossos pais: respeito ao próximo. Grande abraço, Fernando.


O que postei no comentário é realmente como sinto a educação. Não posso ser mentirosa e dizer que amo ser desrespeitada por alunos mimados e acobertados pelos pais, dou o melhor de mim porque é assim que tem de ser e estudei para ser professora. Mas, amor...
Pois bem, hoje me deparo com uma entrevista na veja com o professor norte-americano, famoso por um texto que produziu para CNN e muito divulgado no facebook. Leiam-no :

Na foto: Clark e seus alunos.


O que os professores realmente querem dizer aos pais

Por Ron Clark, Especial para CNN
06 de setembro de 2011 - Atualizado 1312 GMT (2112 HKT)
Nota do editor: Ron Clark, autor de ” “The End of Molasses Classes: Getting Our Kids Unstuck — 101 Extraordinary Solutions for Parents and Teachers,”, foi nomeado ”Mestre Americano do Ano” pela Disney e reconhecido por Oprah Winfrey como seu “Homem fenomenal.” Ele fundou a Academia Ron Clark, que os educadores de todo o mundo visitam para aprender.

(CNN) - Neste verão, eu conheci uma diretora que foi nomeada recentemente como a administradora do ano em seu estado. Ela era amada e adorada por todos, mas me disse que estava deixando a profissão.

Eu gritei: “Você não pode nos deixar “, e ela respondeu incisivamente: “Olha, se eu receber uma oferta para liderar um sistema escolar de órfãos, eu vou me debruçar sobre ele, mas eu simplesmente não posso lidar maiscom os pais , eles estão nos matando .”

Infelizmente, esse sentimento parece estar se tornando mais e mais prevalente. Hoje, novos professores permanecem em nossa profissão uma média de apenas 4,5 anos e muitos deles listam as “questões com os pais” como uma das suas razões para jogar a toalha. A fala vai-se espalhando e, quanto mais negatividade os professores recebem dos pais, mais difícil se torna recrutar os melhores e os mais brilhantes das faculdades.

Então, o que podemos fazer para deter a maré? O que os professores realmente precisam que os pais entendam?

Para começar, somos educadores, não babás. Somos profissionais educados que trabalham com crianças todos os dias e muitas vezes vêem o seu filho por um prisma diferente do seu. Se nós lhe damos um conselho, não lute contra ele. Tome-o e digira-o da mesma forma que você consideraria o conselho de um médico ou advogado. Eu me habituei a alguns pais que simplesmente não querem ouvir nada negativo sobre seu filho, mas, às vezes, se você está disposto a aceitar de coração um alerta antecipado, ele pode ajudá-lo a encarar logo uma questão que poderá se tornar muito maior no futuro.

Confie em nós. Às vezes, quando eu digo aos pais que seu filho tem tido problemas de comportamento, quase posso ver os cabelos se eriçarem em suas costas. Eles estão prontos para lutar e defender seus filhos, e isto é muito cansativo. Uma das minhas maiores irritações é quando eu conto a uma mãe uma coisa que seu filho fez e ela se vira, olha para ele e pergunta: “Isso é verdade?” Ora, é claro que é verdade. Eu acabei de lhe dizer. E por favor não pergunte se um colega pode confirmar o que aconteceu ou se outro professor estava presente. Isto só humilha o professor e enfraquece a parceria entre professor e pais.

Por favor, elimine todas as desculpas

E se você realmente quer ajudar seus filhos a serem bem sucedidos, pare de inventar desculpas para eles. Eu estava conversando com uma mãe e seu filho sobre as tarefas de leitura de verão. Ele me disse que não tinha começado e eu o deixei saber que eu estava extremamente desapontado, porque as aulas começariam em duas semanas.

Sua mãe entrou na conversa e me disse que tinha sido um verão horrível para eles por causa de questões familiares por que haviam passado, em julho. Eu disse que sentia muito, mas não pude deixar de salientar que as tarefas foram dadas em maio. Ela rapidamente acrescentou que estava permitindo que seu filho tivesse algum “tempo de diversão” durante o verão antes de voltar a trabalhar em julho e que não era culpa dele o trabalho não estar completo.

Você pode sentir minha dor?

Alguns pais vão dar desculpas, independentemente da situação, e eles estão criando filhos que vão se transformar em adultos que se voltam sempre para desculpas e não criarão uma forte ética de trabalho. Se você não quer que seu filho chegue aos 25 e desempregado, sentado em seu sofá comendo batatas fritas, então pare de inventar desculpas para por que eles não estão tendo sucesso. Em vez disso, concentre-se em encontrar soluções.

Pais, sejam parceiros, em vez de um promotores

E, pais, vocês sabem, está OK se seu filho tiver problemas, às vezes. Estes formam o caráter e ensinam lições de vida. Como professores, ficamos envergonhados com aqueles pais que se colocam no caminho dessas lições; nós os chamamos de “pais helicópteros”, pois querem mergulhar e salvar sua criança toda vez que algo dá errado. Se dermos a uma criança um 79 em um projeto, então é isso que a criança merece. Não agende uma hora para se encontrar comigo para negociar crédito extra para um 80. É um 79, independentemente de se você acha que deveria ser um B +.

Esta pode ser difícil de aceitar, mas você não deve presumir que porque o seu filho tem sempre um A que ele / ela está recebendo uma boa educação. A verdade é que muitas vezes são os maus professores que dão as notas mais altas, porque eles sabem que, dando boas notas, todos vão deixá-los em paz. Os pais vão dizer: “Meu filho tem um(a) grande professor(a)! Ele tirou A em todas este ano!”

Ora, vem cá. Com toda a honestidade, são geralmente os melhores professores que dão as notas mais baixas, porque eles estão elevando as expectativas. No entanto, quando seus filhos recebem notas baixas você quer reclamar e vai direto ao gabinete do diretor.

Por favor, dê um passo atrás e dê uma boa olhada na paisagem. Antes de desafiar essas notas baixas que você sente que o professor “deu” a seu filho, talvez seja necessário compreender que o seu filho ”ganhou” estas notas e que o professor de que se queixa é na verdade o que está fornecendo a melhor educação.

E, por favor, seja um parceiro em vez de um promotor. Eu tive um aluno que estava “colando” num teste e seus pais ameaçaram chamar um advogado, porque eu o estaria rotulando de criminoso. Eu sei que parece loucura, mas diretores de todo o país estão me dizendo que advogados estão cada vez mais acompanhando os pais nas reuniões da escola sobre seus filhos.

Professores pisando em ovos

Eu me sinto muito triste por administradores e professores nos dias de hoje, cujas mãos estão completamente atadas. De muitas maneiras, nós vivemos com medo do que vai acontecer a seguir. Nós pisamos em ovos em um sistema de educação aguado, onde os professores não têm a coragem de serem honestos e falarem o que pensam. Se eles fazem um pequeno erro, isto pode se tornar um enorme desastre.

Minha mãe acabou de me contar que uma criança em uma escola local escreveu em seu próprio rosto com um marcador permanente. A professora tentou limpar com uma toalha molhada e isto deixou uma marca vermelha no lado do seu rosto. Os pais chamaram a mídia e a professora perdeu o emprego. Minha mãe, minha própria mãe, disse: “Você pode acreditar que a mulher fez isso?”

Eu me senti atingido no estômago. Sinceramente, teria, provavelmente, tentado fazer com que a marca saísse também. Pensar que poderíamos perder nossos empregos por algo tão pequeno é assustador. Por que alguém iria querer entrar na nossa profissão? Se os nossos professores continuam a sentir-se ameaçados e com medo, você vai roubar nossas escolas dos nossos melhores e dificultar os nossos esforços para recrutar educadores excelentes amanhã.

Finalmente, lide com situações negativas de uma maneira profissional.

Se o seu filho disse que alguma coisa aconteceu na sala de aula e isto preocupa você, peça para se encontrar com o professor e aborde a situação dizendo: “Eu queria que você soubesse algo que meu filho disse que aconteceu em sua sala, porque eu sei que as crianças podem exagerar e que há sempre dois lados para cada história. Eu queria que você clareasse isto um pouco para mim. ” Se você não ficar feliz com o resultado, leve, em seguida, as suas preocupações ao diretor, mas acima de tudo, nunca fale mal de um professor na frente de seu filho. Se ele sabe que você não o respeita, ele não o fará também, o que levará a uma série de novos problemas.

Nós sabemos que você ama seus filhos. Nós os amamos também. Nós só pedimos- e imploramos – para confiar em nós, nos apoiar e trabalhar com o sistema escolar, e não contra ele. Precisamos de vocês às nossas costas e precisamos que vocês nos dêem o respeito que merecemos. Levantem-nos, façam-nos sentir apreciados, e vamos trabalhar ainda mais para dar ao seu filho a melhor educação possível.

Esta é a promessa de um professor, de mim para você.


Se tiverem paciência, Leiam também a entrevista dele para VEJA:

Na visão de Clark, os pais vêm transferindo suas responsabilidades para a escola, sem, contudo, aceitar que seus filhos se submetam de fato às regras da instituição. Por isso, assim que surge a primeira nota vermelha ou uma advertência, invadem a sala de aula culpando os professores – a pretexto de preservar a reputação e o orgulho de seus filhos. "Precisamos estar mais atentos à excelência acadêmica e menos preocupados com a autoestima das crianças", diz o professor, na entrevista concedida a VEJA.com e reproduzida a seguir. "Essas crianças deixam de aprender que é preciso se esforçar muito para conseguir bons resultados. No futuro, elas não terão sucesso porque, em nenhum momento, exigiu-se excelência delas." Clark conhece sua profissão. Aos 39 anos, vinte deles dedicados à carreira, o americano já lecionou na zona rural da Carolina do Norte, nos subúrbios de Nova York e atualmente comanda uma escola modelo no estado da Geórgia que oferece treinamento a educadores. Graças à função, manteve, desde 2007, contato com cerca de 10.000 educadores de diversas partes do mundo, incluindo brasileiros.

Em seu artigo, o senhor fala de um ambiente escolar em que pais e professores não se entendem mais. O que tornou a situação insustentável, como o senhor descreve? A sociedade se transformou. Hoje, vemos pais muito jovens, temos adolescentes que se veem obrigados a criar uma criança sem ao menos estarem preparados para isso. São pessoas imaturas. Por outro lado, temos famílias abastadas, em que pais trabalham fora e são bem-sucedidos profissionalmente. Pela falta de tempo para lidar com os filhos, empurram toda a responsabilidade da educação para a escola, mas querem ditar as regras da instituição. Ou seja, eles querem que a escola eduque, mas não dão autonomia a ela.

Que tipo de comportamento dos pais irrita os professores? Acho que o ponto principal são as desculpas que os pais criam para livrar os filhos das punições que a escola prevê. Se um aluno tira nota baixa, por exemplo, ou deixa de entregar um trabalho, os pais vão à escola e descarregam todo tipo de desculpa: dizem que o filho precisava se divertir, que a escola é muito rigorosa ou que a criança está passando por um momento difícil. Ou, ainda, culpam os professores, dizendo que eles não são capazes de ensinar a matéria. Mas nunca culpam seus próprios filhos. É muito frustrante para os professores ver que os pais não querem assumir suas responsabilidades.

Problemas com notas são bastante frequentes? Sim. Certa vez tive uma aluna que estava indo mal em matemática. A mãe dela justificou-se dizendo que, na escola em que a filha estudara antes, ela só tirava boas notas, sugerindo, assim, que o problema éramos nós, os novos professores. Infelizmente, essa ideia se instalou na nossa sociedade. Se a nota é boa, o mérito é do aluno; se é baixa, o problema está com o professor. E quando as notas ruins surgem, os pais ficam furiosos com os professores. O resultado disso é que muitos profissionais estão evitando dar nota baixa para não entrar em rota de colisão com os pais, que nos Estados Unidos chegam a levar advogados para intimidar a escola.

Os pais poupam os filhos de lidar com fracassos?

Hoje, existe uma preocupação grande com a autoestima da criança. Por isso, muitas pessoas se veem obrigadas a dizer aos pequenos que eles fizeram um ótimo trabalho e que são brilhantes, mesmo quando isso não é verdade. Essas crianças deixam de aprender que é preciso se esforçar muito para conseguir bons resultados. No futuro, elas não terão sucesso porque, em nenhum momento, exigiu-se excelência delas. Precisamos estar mais atentos à excelência acadêmica e menos preocupados com a autoestima das crianças.

Que conselho o senhor dá aos professores? É possível evitar que os pais surtem diante de notas ruins e do mau comportamento dos filhos se for construída uma relação de confiança. Em vez de só procurar os pais quando as crianças vão mal na escola, oriento que os professores conversem com os responsáveis também quando a criança vai bem. Na minha escola, procuro conhecer os pais de todos os meus alunos. Procuro encontrá-los com frequência e envio cartas a eles com boas notícias. Assim, quando tenho que dizer que a criança não está rendendo o esperado, eles me darão credibilidade e confiarão na minha avaliação.

É possível determinar quando termina a responsabilidade dos pais e começa a da escola? As duas partes precisam trabalhar em conjunto. Os pais precisam da escola e a escola precisa do apoio da família para realizar um bom trabalho. Um conselho que sempre dou aos pais é que nunca falem mal da instituição de ensino ou do professor na frente dos filhos. Se a criança ouve os próprios pais desmerecerem seus mestres, perde o respeito por eles. O contrário também é verdadeiro. Os professores precisam respeitar os pais, porque eles são parte fundamental na educação de uma criança.

Em algumas situações a discussão sobre responsabilidades da família e da escola surge com muita força. Em casos de bullying, por exemplo, pais e professores trocam acusações. Sobre quem recai a maior parte da responsabilidade nesses casos? A minha resposta novamente é que precisamos trabalhar em conjunto. Quando o bullying acontece na escola, é obrigação dos professores intervir imediatamente. Mas muitos não agem assim porque querem evitar conflitos com os pais. E isso é muito grave. O bullying está devastando nossas crianças. Precisamos combatê-lo. Para que os professores tenham liberdade para agir, precisam do apoio dos pais. Mas você sabe o que acontece? Muitas vezes, quando os pais são chamados na escola para serem alertados de que seu filho está praticando bullying contra um colega de classe, o que ouvimos é: "Mas qual o problema disso? Tenho certeza de que outros colegas também zombam do meu filho e ele não se sente mal por isso." Mais uma vez, vemos os pais se esquivando da responsabilidade.

A que o senhor atribui o sucesso do artigo que estourou no Facebook? Eu escrevi o que todos os professores tinham vontade de dizer aos pais, mas não podiam dizer, porque isso os enfureceria. O que eu fiz foi dar voz a milhões de profissionais. Fiquei sabendo que muitas escolas imprimiram o texto e enviaram uma cópia a cada família. Na internet, pessoas de outros países também compartilharam a minha mensagem.

O senhor criou uma escola modelo, a Ron Clark Academy. Como é a relação de seus professores com os pais? Procuramos estabelecer uma relação próxima. Como eu disse, estamos constantemente em contato com os pais, nos bons e nos maus momentos. Também promovemos encontros semanalmente, nos quais ofereço aos pais a oportunidade de assistir a uma aula na escola, destinada exclusivamente a eles, para que acompanhem o que está sendo ensinado a seus filhos. Ou seja, trabalhamos muito para conquistar uma relação harmônica. Não estou dizendo que é fácil lidar com os pais. Alguns deles podem ser bem malucos.

O senhor, na sua escola, recebe professores de diversas partes dos Estados Unidos e tambem de outros países, como o Brasil. Além dos problemas de relacionamento com os pais, do que mais professores de todo o mundo reclamam? As avaliações tiram o sono dos professores. Não sei exatamente como funciona no Brasil, mas nos Estados Unidos os professores são constantemente cobrados a melhorar o desempenho de suas escolas em testes padronizados. E todo o processo educacional passa a girar em torno de algumas provas. Isso é massacrante, para os alunos e para os professores. Os professores precisam de mais diversão na sala de aula.



O título da postagem é meu, o texto do facebook peguei no blog do Lúcio Fonseca, já a entrevista: Veja on-line.

Agradecida pelas visitas ao meu blog, solicito apenas que deixem comentários para discutirmos melhor o assunto. Até a próxima.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Para mim ou para eu?



Amigos, o post de hoje traz uma das dúvidas que mais preocupam as pessoas na hora de construir frases, trata-se do uso de MIM e de EU. Para ilustrar melhor o meu discurso, resolvi resgatar um texto de Oswald de Andrade. Leiam-no a seguir:


Erro de português

Quando o português chegou
Debaixo de uma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena!
Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
O português.


Voltei! Este texto nos remete a vinda dos portugueses ao Brasil, representa além de outros temas já tão mastigados, a ideia de que a Língua Portuguesa foi introduzida e abraçada aos poucos pelos filhos dessa terra tupiniquim sem muita resistência. E índios dominados aprenderam a cultura dos colonizadores. Daí em diante, tivemos contribuições linguísticas de outros povos que aqui pisaram, deixando ao longo da história um repertório cada vez mais amplo e complexo. Mas, não é porque sofremos outras influências, que vamos usar de qualquer modo a língua oficial: o Português. Certamente a língua de Camões é diferente da falada pelos brasileiros, mas ainda assim, existe um padrão que se deve seguir. Costumam dizer que os índios usam muito o mim.

Mim sabe, mim quer, mim gosta.

Pura bobagem!, em discursos informais ouvimos muita gente usar o mim e o eu aleatoriamente, nem se dão conta que podem produzir um sentido diferente do que realmente querem significar.

Com esse lenga-lenga, acabo de lembrar do prof. Waldemar, muito bem-humorado que é, costuma colecionar algumas pérolas para fazer graça. Como exemplo: Quero uma manga para mim chupar. (Como bom professor de Português, explica com graça o mal-entendido causado e os amigos caem na gargalhada).

Agora vamos entender direito o uso do EU e do Mim:

EU: Pronome pessoal do caso reto, usado como sujeito da oração.

MIM: Pronome pessoal oblíquo tônico, não é usado como sujeito e deve ser empregado com preposição.

Atenção: Quando aparecer verbo no infinitivo, usamos os pronomes pessoais retos.

Ex.: Ele escolheu um livro para mim. (Usamos mim depois de preposição)

Ele escolheu um livro para eu ler. (ler é verbo no infinitivo, por isso usou-se o EU)

Bom, espero que tenham gostado! Basta prestar atenção a preposição e ao verbo no infinitivo. Terminando frases usa-se sempre o mim.

Grande abraço e até a próxima postagem!




terça-feira, 29 de novembro de 2011

Belo Monte em Números.

Amigos, se vocês já leram o texto que postei abaixo, continuem. Se não, peço que leiam o anterior, pois seria interessante entender a polêmica levantada em torno da construção da Usina de Belo Monte. Abaixo um vídeo que explica em números todo o processo, inclusive sobre o custo-benefício.

Alunos da UNICAMP satirizam o movimento Gota D'Água.




Estudantes de Engenharia Civil e Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), resolveram produzir um vídeo em resposta ao movimento Gota D'Água (envolvendo atores globais com falas bem marcadas, mas total alienamento, e uso da popularidade para apelar sobre as tais agressões ao meio ambiente, alá Marina Silva. Indagando para outras energias que eles afirmam ter melhor custo benefício), além de ironizar as certezas dos atores globais, os alunos dão uma verdadeira aula de quão importante é a obra da Usina de Belo Monte para o desenvolvimento do Brasil. Não sem o apoio técnico do professor Sebastião Amorim (Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica da Unicamp) declaradamente tentando esclarecer as bobagens que circulam na internet sobre a exploração da área onde será construída a Usina. A iniciativa foi intitulada de "Tempestade em Copo D'Água", com bom-humor demonstram possuir mais conhecimento sobre o tema. Vale lembrar que os atores globais são pagos para atuarem bem e assim o fazem. Nada mais que isso! Acompanhe o vídeo e tire suas próprias conclusões.O 1º com os atores globais, 2º a produção dos alunos da Unicamp.




quarta-feira, 23 de novembro de 2011

O autoritarismo mostra a cara.




No Brasil do petismo as coisas se dão da seguinte forma:
1- As regras que já estão em vigor não servem, criando-se outras tantas desnecessárias só por não ter mais o que "fazer"(apenas ironicamente, o Brasil precisa mesmo de uma proposta para saúde, educação, segurança pública... que saiam realmente do papel).
2- Por todos os lados aparecem políticos que juram ser os salvadores da pátria, do idioma, do meio ambiente...
3- Se alguém faz uma crítica ao governo, é pura inveja. Pois torcem para que o Brasil dê errado (enquanto eles negam que o Brasil só conseguiu algumas conquistas, muito poucas, porque não mudaram o modo como outros governantes de renome agiram ao longo do percurso, como: Itamar Franco e Fernando Henrique (Os quais botaram o país no prumo, a duras penas)

Vejam, leitores, isso é só uma síntese do que pode esse governo fazer conosco. Em outros momentos pode ser que eu acrescente mais alguns ítens a essa lista, para bem da verdade. Falo dessa maneira porque fiquei indignada com a notícia de que existe um projeto em votação hoje na câmara, para tornar obrigatório o uso da palavra presidenta(antes era opcional). Estão a impor algo que seria escolha do falante, vê se pode! Achando-se doutores da língua. Explico melhor:

A ex-senadora Serys Slhessarenko (PT-MT) é a autora do projeto, esta senhora passou seu mandato inteiro empenhada com essas bobagens, que nada tem de útil para o povo brasileiro. Pois bem, agora resolveram colocar em pauta na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados, havia sido apresentado em 2009 e atualmente foi restaurado pelo Paulo Maluf.
Comprovadamente, esses políticos estão se lixando para o bem-estar da população. Poderiam utilizar de seus mandatos para propor melhorias para qualidade de vida de todos nós, não dispersar tempo com asneiras do tipo citado acima. Quanta falta de compromisso, não!


quinta-feira, 10 de novembro de 2011

A Patetocracia voltou!

A Patetocracia foi inventada em 1968 por José Carlos Oliveira, cronista e romancista (dos bons, aliás) capixaba, figura lendária, boêmia e meio anarquista do Rio nos anos 70 – aí incluídos o final dos 60 e início dos 80 – morto precocemente em 1986, vítima de usos e abusos, aos 52 anos. Numa crônica intitulada “Contra a censura, pela cultura”, publicada no Jornal do Brasil em 13 de fevereiro de 1968, em que apoiava o protesto de artistas contra a censura, Carlinhos Oliveira – como era conhecido – forjou o termo, chamando os censores da ditadura militar de “patetocratas”.

43 anos depois, em plena democracia, num Brasil livre do cancro da censura, anuncio que a Patetocracia voltou. Não apenas como uma releitura da bur(r)ocracia, mas como uma forma de governo em si. Constatei o fato ontem de manhã, lendo os jornais. Ou não seriam típicas de patetocratas, dignos representantes de uma autêntica Patetocracia, as seguintes declarações colhidas a esmo no jornal?

1- O ministro Carlos Lupi disse que as acusações não o atingem diretamente e que só sai do cargo “abatido a bala forte, porque sou pesadão”.

2- Após participar dos Jogos Indígenas, sábado, o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, propôs à FIFA conceder meia-entrada na Copa de 2014 para índios e beneficiários do Bolsa Família.

3- O ministro da Educação e pré-candidato à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, declarou à respeito da atuação da PM no campus da USP: “Não se pode tratar a USP como se fosse a cracolândia. Nem a cracolândia como se fosse a USP”.

Saudades, Carlinhos!

Por Tony Bellotto


quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Por que ideia perdeu o acento?



Na verdade, algumas palavras em Língua Portuguesa tiveram pequenas alterações, nada que implique o entendimento ou pronúncia das mesmas. Apenas tentou-se simplificar e "unificar" a Língua para melhor interação com falantes de outras nacionalidades que também utilizam o Português como idioma oficial. Assim facilitar-se-á a publicação de obras literárias produzidas por autores de países que integram esse grupo: Brasil, Portugal, Angola, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Timor Leste.
Não se preocupem, pois não temos tantas mudanças como vocês devem estar a pensar. Em relação ao acento:

a) Ditongos abertos "ei","oi" não serão mais acentuados nas paroxítonas. Ex: Ideia, joia, colmeia, Coreia, jiboia...

( Se os ditongos ocorrerem nas oxítonas, não há alteração: herói, chapéu, papéis, céu)

b) Com "i" e "u" tônicos formando hiato depois de ditongo, não se acentua. Ex. Feiura, bocaiuva ( antes: feiúra, bocaiúva)
(Não confundam! A regra só serve se houver ditongo antes. Portanto, palavras como: saúde, saída, seguem sem alterar o sinal.)
Fiquem de olhos abertos e confiram outras dicas que darei aqui nas postagens. Até a próxima!



quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Sabes qual é a maior palavra da Língua Portuguesa?



Pode não ser tão relevante saber qual é a maior palavra de nossa língua, mas é curioso porque é complicado alguém decorar uma palavra tão grande assim: pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiótico

Ela contém 46 letras, foi registrada no dicionário Houaiss desde 2001. Seu significado: pessoa que tem a doença pulmonar, causada por inalação de pó de origem vulcânica (cinzas com alto teor de silício) causando inflamação nos pulmões. Antes, a palavra que tinha maior número de letras era anticonstitucionalissimamente, esta com 29 letras. Já ultrapassada por outras, além da que está em negrito.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Plural dos compostos ligados com preposição.




Muitas dúvidas surgem quando precisamos pluralizar algumas palavras em Língua Portuguesa, um dos casos que nos chamam atenção é o plural dos substantivos compostos. Estes devem ser analisados de acordo com os elementos que os formam. O caso que venho tratar é em relação àqueles que se unem através de uma preposição. Exemplo: Lua de mel, pé de moleque, pau de arara, mula sem cabeça, pão de ló (que aliás na nova regra ortográfica: locuções de qualquer tipo não usam mais o hífen, a não ser que sejam formadoras de espécies botânicas ou zoológicas como copo-de-leite, pimenta-do-reino, cana-de-açúcar, entre outros. Ou se for uma das exceções:água-de colônia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito, pé-de-meia).
Nos substantivos compostos ligados com preposição, apenas o primeiro elemento é pluralizado.
Exemplo:

Luas de mel, pés de moleque, paus de arara, mulas sem cabeça, pães de ló, copos-de-leite, pimentas-do-reino, canas-de-açúcar, águas-de-colônia, arcos-da-velha ...


Obs.: Se o primeiro elemento for invariável, o substantivo todo ficará invariável. Ex.: O fora da lei, o fora de série. ( Nesse caso, só o artigo é pluralizado: Os fora da lei, os fora de série)

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Por que os perfumes mudam de cheiro conforme a pele?





O cheiro que um perfume apresenta está associado a fatores como tipo de pele (oleosa etc.), suor, acidez, alimentação, alterações hormonais e até o uso de medicamentos. Por exemplo, uma pessoa elimina parte das toxinas ingeridas pela transpiração; então, uma dieta rica em gorduras e o uso de fármacos podem alterar o cheiro. Além disso, a percepção dos aromas também ocorre de forma individual. As células olfatórias mandam a informação por meio das fibras nervosas para o bulbo olfatório e dele até o encéfalo - que traduz esses sinais em sensação de cheiro, o que é diferente em cada um, e envolve experiências e gostos pessoais.
Quem responde: Fernando Canova, fisiologista da Univ. Estadual de Campinas (UNICAMP).

terça-feira, 27 de setembro de 2011

A nível ou em nível?



A NÍVEL

Na língua portuguesa está correta a expressão, quando esta apresentar o sentido: "a altura". Exemplo:

1- A cidade que moro não fica ao nível do mar. (a altura do mar)

EM NÍVEL

Significando âmbito, a forma: em nível é mais adequada, mas não é aceita pelos gramáticos - sendo um modismo criado nos últimos anos. Contudo, as pessoas teimam em usar "a nível", que parece ser bem pior, pois as construções buscam o sentido de "âmbito" e não de "a altura".

2- A campanha será feita em nível mundial. (Em âmbito)

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Ana Arraes vence a disputa pela vaga no TCU.



Nesta quarta-feira(21), Ana Arraes foi eleita Ministra do Tribunal de Contas da União(TCU). Ela é mãe de Eduardo Campos - governador de Pernambuco- que fez várias ligações para outros governadores em busca de apoio. Também, o ex-presidente Lula parece ter sido seu maior cabo eleitoral. Como já é costumeiro, a companheirada o acompanha nas decisões que envolvem os interesses do partido.
Com tantas amarrações, o próprio Eduardo Campos testou o seu próprio prestígio. Até porque ele pretende disputar eleições presidenciais no futuro, como é de praxe começou arrumar o terreno nos bastidores da política.
Vejam o que o Reinaldo Azevedo escreveu a respeito:

"Campos ligou pessoalmente para todos os governadores, cabalando votos para mãe, para que estes pressionassem suas respectivas bancadas. É verdade: se um filho não apoiar a sua mãe, quem há de fazê-lo, não é mesmo? Quando se é governador de Estado e quando a progenitora é deputada, estando em disputa uma vaga num órgão de assessoramento do Legislativo e de vigilância dos gastos públicos, é evidente que as ligações são mais do que impróprias.

Elas afrontam o princípio republicano. Uma coisa é endossar o pleito da mãe; outra, distinta, é organizar a pressão, deslocando, inclusive, o alto escalão do poder no seu estado para dar plantão na Câmara. É descabido. Pela primeira vez na história, que eu saiba, havia até buttons para pregar na lapela em defesa do nome da deputada. Campos pôs a mãe no meio para testar o seu prestígio. Ele andou espalhando a história de que, depois de lançada a candidatura, acabou se arrependendo. Não faz sentido. Ele a patrocinou para testar o seu prestígio. Deve estar feliz da vida".


Como podemos constatar, amigos! Apesar das negativas, seria nepotismo, não? Quanto a senhora Ana, em sua primeira entrevista ela demonstra a verdadeira intenção dos apoiadores: Liberar obras da Copa, ainda que estas estejam em situação irregular. Confiram o que ela falou sobre o TCU:

O TCU é um lugar político. Política não é só a partidária. Vou ao TCU servir ao meu país, servir ao povo do Brasil, zelando pelos recursos públicos, mas também com o olhar da política”.

Viram quais são as intenções reais? Ela pretende usar o órgão para fins partidários, no intuito da liberação de obras emperradas por irregularidades. E ela continua:

“Que a fiscalização, ela não seja apenas um fim. O fim da fiscalização é ver o custo e a finalidade social. Embargar uma obra é um prejuízo muito grande. É preciso que a gente tenha a sensatez. Sou favorável à fiscalização, mas à paralisação não”.

Não se enganem, leitores! O TCU já tem sua regras e não embarga obras por acaso, parar obra só em último caso. No mais, eles vão pedindo explicações de orçamentos... Mas pelo que ela demonstra em seus argumentos é que não está disposta a parar as obras ainda que estas não satisfaçam os requisitos para seu andamento.Interesses ela tem, mas passa longe de serem os mesmos do povo: transparência e aplicação correta dos gastos.
Ainda bem que além de Ana temos mais 9 Ministros ou a coisa seria muito pior. Disso não há dúvidas! Concorda?




quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Pede pra sair, ministro!



Depois que Dilma tomou posse, não demorou muito para que -pelo efeito dominó - os ministros fossem caindo, um após o outro. Agora o ministro Pedro Novais - do turismo - está prestes a cair também, devido a irregularidades e corrupção no setor que atua. Saiu nos jornais de todo o país que ele já prepara a carta de demissão, a qual será entregue ao planalto nesta quarta-feira.
O incrível de tudo é que o ministro Fernando Haddad, não cai nunca. Com a divulgação da nota dos alunos no ENEM, ele saiu-se com mais uma pérola: aumentar os dias letivos para 220. Desde quando o que interessa é a quantidade, precisamos é qualidade no ensino, senhor ministro. Antigamente, tinhamos menos dias letivos e os alunos aprendiam muito mais. O que ocorre é falta de investimento efetivo na educação, não falo somente em aumentar o salário do professor, mas em estrutura física. Faltam materiais e até merenda em algumas escolas de nosso país. Em se tratando do nível superior, a preocupação dele é inaugurar um monte de Universidades sem condições de funcionamento, sem professores ou salas disponíveis. Veja texto sobre Faculdade de Garanhuns que postei aqui. As lambanças são muitas e em vários níveis de ensino. Por essas e outras é que devemos dizer: Pede pra sair, Ministro Haddad.
Quantidade não é qualidade, não percebeu ainda?

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Corrupção é defendida pelos deputados.




O Brasil não tem solução, os nossos deputados resolveram apoiar a corrupção e todo cinismo da pauta. Falo do caso Jaqueline Roriz. Leiam o texto retirado da Veja:

Por Gabriel Castro

A Câmara dos Deputados perdeu nesta terça-feira mais uma chance de melhorar a desgastada imagem do Congresso: os deputados livraram Jaqueline Roriz (PMN-DF) da cassação. Prevaleceu o instinto de sobrevivência na hora de julgar a colega que foi filmada recebendo dinheiro do Mensalão do DEM, em 2006. Foram 265 votos contra, 166 votos a favor e 20 abstenções. Outros 62 parlamentares não compareceram.

O resultado foi anunciado às 20h13. Os deputados consolidaram, assim, a tese de que fatos anteriores ao mandato não podem ser usados para punir um parlamentar. Dessa forma, a vergonhosa absolvição de Jaqueline consolida uma jurisprudência e abre as portas para novos episódios de impunidade. A deputada foi flagrada recebendo maços de dinheiro do operador do Mensalão do DEM, Durval Barbosa, em 2006.

Jaqueline Roriz não permaneceu em plenário para assistir ao desfecho da votação. O anúncio do resultado foi acompanhado por vaias de manifestantes que acompanhavam a sessão das galerias da Câmara.

Argumentos -
Carlos Sampaio (PSDB-SP), relator do caso, iniciou a leitura de seu parecer às 17h30. "Se viéssemos a saber no dia de hoje que determinado parlamentar praticou pedofilia, que ele matou, que ele estuprou, o que essa Casa iria dizer à sociedade brasileira?", indagou o tucano, que sugeriu a cassação. O relatório dele havia sido aprovado por 11 votos a 3 no Conselho de Ética da Câmara.

Sampaio se exaltou ao lembrar que Jaqueline Roriz defendera a cassação de Eurides Brito (PMDB), deputada distrital filmada recebendo dinheiro nas mesmas condições: "Quanta desfaçatez, chamar de cara de pau, de mau caráter, dizer que a cidade sangra por alguém que cometeu a mesma conduta valendo-se apenas do privilégio de que as imagens não teriam sido divulgadas à época”, criticou o relator.

Cinismo -
Em seu discurso, a deputada pouco falou a respeito das acusações: fez um pronunciamento sentimentalista: "Esse julgamento histórico, haverá de prevalecer o respeito à pessoa humana e o respeito às leis deste país", disse ela. A parlamentar criticou os interesses dos que a acusam e querem "se apresentar como paladinos da moralidade".

A filha do ex-governador Joaquim Roriz não negou ter recebido dinheiro de origem ilícita. Prendeu-se apenas a um detalhe técnico: "Em 2006, eu era uma cidadã comum, não era deputada nem funcionária pública. Portanto, não estava submetida ao Código de Ética da Câmara”, afirmou.

Jaqueline estava em dúvida se deveria discursar: decidiu subir à tribuna pela primeira vez em seu mandato para não cometer um gesto que desagradasse os colegas. Ao fim do discurso, ela foi vaiada por manifestantes que ocupam as galerias da Casa. O advogado Eduardo Alckmin falou antes de Jaqueline. Ele sustentou a tese de que a punição não poderia ser aplicada porque, quando recebeu o dinheiro sujo, a deputada ainda não ocupava cargo público.

Vejam o que o PT faz com o Ensino Superior



As Universidades Federais estão em crise em todo o país. Como se não bastasse, o ministro promete criar outras mais, no intuito de ludibriar as pessoas e garantir sua candidatura pela prefeitura de São Paulo. Quanta competência, não? Para demonstrar as fragilidades dessas instituições, pego um texto sobre a de Garanhuns- PE. Confiram!

Fonte: Logo-ae

Apenas cinco quilômetros separavam, nesta terça-feira, duas cenas marcantes na vida dos pernambucanos. Em uma sessão solene, na Universidade Estadual de Pernambuco (UPE), a presidente Dilma Rousseff, carregando a tiracolo o ministro da Educação, Fernando Haddad, dava uma aula inaugural no curso de medicina ao lado de ilustres autoridades, como o governador Eduardo Campos (PSB).

Naquele mesmo momento, professores e alunos do câmpus de Garanhuns da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), anunciavam que a instituição, inaugurada pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva como pioneira na interiorização do ensino superior no país, "está em coma profundo, na UTI, precisando de uma junta médica para salvá-la".

A paisagem no câmpus era, de fato, desoladora. Esgoto a céu aberto, falta de professores e servidores, de salas de aula e laboratórios, de ônibus, de água, um hospital veterinário fantasma - e, para completar, uma aula inaugural de agronomia dada no auditório, por falta de sala.

"É tão grande a dificuldade para entrar aqui, e ao chegar vemos que a dificuldade para sair aprendendo alguma coisa é ainda maior", resumiu o calouro Hugo Amadeu. "Ela (Dilma) vai atender a um curso de elite e aqui falta laboratório", emendou outro, Lucas Albuquerque. No curso de ciências agrárias, "não se dispõe de um único hectare para trabalho experimental", diz um professor.

Números - Professores, alunos e funcionários já encaminharam à Presidência um documento de 26 páginas relatando os problemas no câmpus. A UFRPE tem nove construções suspensas e duas interrompidas, por problemas com as construtoras. Um mês atrás, o Estado noticiou que o de Serra Talhada foi definido pelos alunos como "museu de obras". O diretor da unidade de Garanhuns, Marcelo Lins, reconhece os problemas mas afirma que "um enorme esforço" está sendo feito para resolvê-los.


Comento: Viram o que o PT faz com o Brasil? Enquanto na televisão fala-se que o Brasil está em boas mãos, na vida real vai de mal a pior. Tudo propaganda enganosa! A realidade é que nossos governantes não pensam em melhorar a vida da população, pensam apenas em multiplicar seu próprio patrimônio com o dinheiro vindo muitas vezes de forma ilícita e à custa do voto e suor dos que confiaram neles, certamente gente sem discernimento para cair na conversa.


terça-feira, 30 de agosto de 2011

Português: Brasil e Portugal



Existem muitas diferenças entre o nosso português e o falado em Portugal, mas o que quero frisar esta no campo semântico do vocabulário. É que damos outros sentidos as palavras.

Vejam uma listagem que encontrei no portal: Só Português

Português do Brasil
Português de Portugal
abridor tira-cápsulas
açougue talho
aeromoça hospedeira de bordo
apostila sebenta
banheiro casa de banho
cafezinho bica
caixa, caixinha boceta
calcinha cueca
carteira de identidade bilhete de identidade
carteira de motorista carta de condução
celular telemóvel
conversível descapotável
fila bicha
geladeira frigorífico
grampeador agrafador
injeção pica
meias peúgas
ônibus autocarro
pedestre peão
ponto de ônibus paragem
professor particular explicador
sanduíche sandes
suco sumo
trem comboio
xícara chávena

Perceberam? É divertido analisar os usos que eles fazem. Então, se um dia visitares Portugal, não se assuste ao ouvir: Aqui está a bicha. Eles querem dizer que você deve pegar a fila.



quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Qual o correto: tris ou triz?



Você deve estar se perguntando qual a forma aceita, né mesmo? Pois bem, terás uma surpresa. As duas formas existem.



TRIS com 's' é som produzido, por exemplo, pelos cacos de um copo de vidro quando este se parte, quebra-se.
Também exprime a ideia de 'três vezes':
"Santo, Santo, Santo", por exemplo, da liturgia católica.

Ou numero: Trisavô, trisarquia.


TRIZ - é 'um quase nada'. - Morfologicamente é locução adverbial
e aparece na expressão 'por um triz'.
Ex.: Por um triz ele não caiu no barro.

Que significa:
por um ápice, por um fio, pouco faltando; com grande custo, milagrosamente: Escapou por um triz.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Qual a pronúncia de gratuito?



É comum ouvir as pessoas pronunciarem erradamente esta palavra, por desconhecer a maneira exigida pela Língua. Assim, frisam o som do i.
Com toda essa confusão acabam por acharem normal o uso inadequado e repassam aos desavisados. Já ouvi, inclusive, repórteres de tv falarem gratuíto (o acento não existe na palavra, coloquei apenas para mostrar como pronunciam). Mas fique atento(a), com as dicas que trouxe neste bloguinho tudo ficará mais fácil. Devemos pronunciá-la como a palavra muito.
Agora, aproveite a dica e aprimore seu português. Até a próxima!


quinta-feira, 11 de agosto de 2011

O brasileiro alimenta-se mal.




Quando ministrava aulas no curso de Técnico em Nutrição e Dietética pelo CETAS-RO, trabalhei um texto sobre a fome na visão de Josué de Castro (Do livro: Geografia da fome), o qual mostrava que o brasileiro desde a época de seus escritos sofria de carência alimentar. Na verdade, a fome não é somente a falta do alimento, mas também, a carência de algum nutriente importante para a manutenção de um organismo saudável. Na atualidade, não é diferente. O brasileiro continua a alimentar-se mal. Li sobre isso numa pesquisa recente, confiram abaixo:

Por Renata Demôro do sítio: http://gnt.globo.com/saude/alimentacao/Estudo-indica-que-brasileiro-nao-se-alimenta-bem.shtml


Como anda a alimentação do brasileiro? Pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada recentemente, apresenta dados importantes sobre aquilo que o brasileiro coloca no prato – e no corpo. A dupla arroz e feijão continua sendo preferência nacional, mas o café encabeça a lista. O destaque negativo fica por conta do excesso de sal, gorduras e açúcar.

Refeições fora de casa estão na mira
O estudo aponta que, em média, 16% das calorias são ingeridas fora de casa, sugerindo que o elevado consumo de pizzas, salgados fritos, doces e refrigerantes acontece em bares e restaurantes. O excesso de sódio também é uma preocupação, já que 90% dos entrevistados disseram ingerir valores acima do recomendado. A explicação para este índice elevado estaria na presença de sal em diversos alimentos industrializados, como embutidos e enlatados. Para não exagerar na dose, é preciso prestar atenção aos rótulos.

Em parceria com o Ministério da Saúde, a “Análise do Consumo Alimentar Pessoal no Brasil” avaliou os hábitos dos moradores de 13.569 domicílios, entre 2008 e 2009. A seguir, preparamos uma tabela que compara os dados da pesquisa com recomendações médicas e aponta os riscos de uma alimentação desequilibrada. Confira:
  • 1
    Sódio
    O estudo do IBGE apontou o consumo de 3.200 mg/dia, enquanto a recomendação é de até 2.200 mg/dia. O excesso de sódio aumenta o risco de hipertensão, acidente vascular cerebral, câncer gástrico e complicações renais.
  • 2
    Gorduras
    Dos pesquisados, 82% ingere valores acima do recomendado. O ideal seria que, por dia, as calorias provenientes de gordura representassem, no máximo, 7% do total calórico. O consumo em excesso pode aumentar os níveis de colesterol no sangue, levando a arteriosclerose, obesidade e câncer.
  • 3
    Açúcar
    De acordo com a pesquisa, 60% dos brasileiros consome mais açúcar do que o recomendando. O ideal é que as calorias provenientes do açúcar representem até 10% do total diário. Sua ingestão em excesso pode levar a diabetes, problemas cardiovasculares, obesidade, distúrbios metabólicos e reações alérgicas.

  • 4
    Cálcio
    O estudo apontou que mulheres até 50 anos e homens de todo o grupo ingerem menos de 800mg/dia, enquanto o consumo deveria ser de 1.000mg/dia. A deficiência de cálcio pode levar a osteoporose, pressão alta, dores na coluna, cãibras, unhas fracas, cáries e inflamação das gengivas.
  • 5
    Vitamina D
    A maioria dos entrevistados consome menos do que os 10 mcg/dia recomendados. A falta de vitamina D pode prejudicar a absorção de cálcio e a produção de insulina e ainda levar a osteoporose e raquitismo.
  • 6
    Vitamina E
    O estudo mostrou que a maioria dos entrevistados consome menos de 12mcg/dia. Os órgãos de saúde indicam que a ingestão deve ser de 15mcg/dia. A falta de vitamina E pode aumentar os níveis de colesterol e levar a insônia, fadiga, infarto, trombose e dificuldade de cicatrização.


Crase e os números



A crase é a fusão entre preposição e artigo, basicamente usada em relação ao substantivo.

Ex.: Márcia foi a + a festa.(Márcia foi à festa.)

Em relação aos números, usamos o sinal indicativo de crase (`) se configurar por exemplo:

  • horas: Chegou às 11 horas.
  • Referindo-se à uma palavra feminina elíptica: Leia o texto da página 5 à 10. ( Leia o texto da página 5 à página 10.)
  • Uso de preposição da:
Ex: Serão dispensados os alunos da 1ª à 4ª série.
Trabalharei da segunda à sexta. ( de segunda a sexta, SEM CRASE)

Não ocorre crase em:
  • O curso vai de 20 a 30 de agosto. (Pois representa a palavra dia que é masculina)
  • Atendimento de segunda a sexta.

Macete:

da com a, crase há. Se usa de, crase pra quê?






terça-feira, 2 de agosto de 2011

O Grampo da Velhinha.


Luis Fernando Verissimo

Como se sabe, existe uma velhinha em Taubaté que é a última pessoa no Brasil que acredita. Ela acredita em anúncio, acredita em nota de esclarecimento, acredita até nos ministros da área econômica. Depois que foi localizada, a velhinha de Taubaté, coitada, não teve mais sossego. Todos os dias batem à sua porta querendo saber que canal ela está olhando, que produto ela está usando e se a explicação do governo sobre o último escândalo foi convincente. Ela sempre diz que foi. Algumas agências de publicidade estão incluindo no seu approach de marketing um "Velhinha Factor", ou a questão: isto passa pela velhinha? Muitas entidades públicas e privadas mantêm a velhinha sob constante observação. Fala-se mesmo que existe em Taubaté uma unidade médica em prontidão permanente, exclusivamente para atender a velhinha em caso de mal súbito ou escorregão. Há uma convicção generalizada de que, quando a velhinha se for, tudo desmoronará. A boa saúde da velhinha interessa tanto ao governo quanto à oposição responsável. Se ela morrer - ou deixar de acreditar -, teremos o caos, que não convém ao projeto político de nenhum dos lados. Quando o Tancredo e o Figueiredo se encontrarem e um perguntar como vai a saúde, não estará se referindo nem ao outro, nem ao Aureliano. Estará falando da velhinha de Taubaté. Só a velhinha de Taubaté nos separa das trevas.

Por isto, segundo o Correio Braziliense, o SNI decidiu intensificar sua vigilância sobre a velhinha e um agente disfarçado de funcionário da companhia telefônica bateu à sua porta, há dias. Foi a própria velhinha, um pouco irritada com as constantes interrupções do seu tricô e do seu programa na TV, quem atendeu. - Quié? - Vim consertar o telefone. - Eu não tenho telefone. O agente pensou com rapidez. - Vim instalar o telefone e depois consertar. - Mas eu não comprei telefone nenhum. - Deve ser presente de alguém. - Quem me daria um telefone de presente? - Alguém que está tentando ligar para cá e não consegue. A velhinha acreditou. Mas pensou um pouco e decidiu: - Se ele já vem estragado, eu não quero. E fechou a porta. O agente entrou em contato com seus superiores. Recebeu instruções para adotar o Plano de Contingência B. No dia seguinte bateu à porta da velhinha vestido de mulher e apresentando-se como divulgadora de produtos de beleza. Apesar do bigode e da barba, a velhinha acreditou. Deixou-o entrar e enxotou um gato de uma poltrona para ele sentar. - Estamos lançando uma linha de grampos para o cabelo e queremos que a senhora seja uma das primeiras a experimentar. - Mmmm. São grátis? - Absolutamente grátis. Só há algumas condições. A senhora precisa usá-los o tempo inteiro. Menos no banho, porque se molhar estraga o transmis... Estraga o grampo. - E se eu quiser comprar depois de experimentar, posso? - Pode. - Quanto custa cada um? - Dez mil dólares. - É um pouco salgado... A velhinha está usando os grampos o tempo inteiro, menos no banho e todas as suas reações estão sendo gravadas e mandadas para Brasília, para análise. Houve um momento de suspense quando a velhinha, em conversa com um gato, expressou algumas dúvidas sobre o caso Capemi. Mas as dúvidas passaram e a velhinha voltou a acreditar na versão oficial. Sua pulsação é firme. Sua digestão é boa. Fora uma pequena artrite, nada ameaça sua saúde. Ainda temos algum tempo antes do caos.


Comento: Esta personagem é uma criação do escritor mencionado no início do texto. Uma caricatura benfeita do povo brasileiro, cuja igenuidade o torna vulnerável a sofrer as consequências de ser enganado constantemente. Lendo a história podemos compará-la ao texto de Clarice Lispector, há um ponto em comum: confiar na honestidade das pessoas. Assim, o aproveitador encontra a oportunidade para levar vantagem sobre tudo. A velhinha de Taubaté acreditava até em políticos... rsrsrs

Luis Fernando Verissimo (Porto Alegre, 26 de setembro de 1936) é um escritor brasileiro. Mais conhecido por suas crônicas e textos de humor, mais precisamente de sátiras de costumes, publicados diariamente em vários jornais brasileiros, Verissimo é também cartunista e tradutor, além de roteirista de televisão, autor de teatro e romancista bissexto. Já foi publicitário e copy desk de jornal. É ainda músico, tendo tocado saxofone em alguns conjuntos. Com mais de 60 títulos publicados, é um dos mais populares escritores brasileiros contemporâneos. É filho do também escritor Erico Verissimo.